domingo, 5 de julho de 2009

Nao amamos pouco...

Não amamos pouco. Nem amamos muito.

Quando amamos, amamos simplesmente e se o amor não tem dimensão, não se pode ‘’adjectiva-lo’’ por um muito ou por um pouco.

Amor é amor. Sentir amor é só por si grandioso.

Eu sei que quando amo condiciono-me a mim mesma. Um condicionar libertino, em que amar me faz sentir livremente bem e segura.

Eu sei que quando amo… por mais desamor que sinta pelo amor que tenho, não passo por cima dele como passo um passeio para piões, como muitos o fazem. Muita gente passa a passagem para piões e assim ultrapassam a estrada do amor, entre um passeio e o outro … menosprezando as pontes sólidas que deveriam ser construídas para passar de um porto para o outro. De um porto menos seguro, para um porto mais seguro.

Então muita gente prefere simplesmente ir pelo ‘’rasteiro’’ caminho para piões porque não se querem dar ao trabalho de subir uma inclinação de 15% que é a ponte que leva sempre para algo melhor. Dá simplesmente muito trabalho.Porque 15% já é demais para quem está habituado a ultrapassar a dificuladade 0%. Ou seja, nenhumas.

Sempre soube que as coisas fáceis são para pessoas vulgares e só pessoas vulgares desistem quando as coisas poderiam ser fáceis, mas darem luta pelo valor que tem.

Sei que enquanto amei não fui sempre a melhor mulher do mundo. Mas estive sempre perto de ser um exemplo digno do que é – na minha opinião – uma mulher a sério. Ao ponto de mostrar o que eu valeria, se fossem para comigo, um pouco mais humanos e menos mecanistas.

Vivo ainda num conto de fadas em que eu sou a princesa. Mas sou princesa amazona, vagueando sobre o meu cavalo branco a espera de encontrar pelo caminho um coração de homem digno e fidedigno.

Mas a minha genuína e consciente demência faz de mim uma mulher feliz. Que vive num sonho e tem medo de um dia acordar e realizar que nunca poderá ser a mulher que quer por não existir ninguém a altura para eu o poder ser. Chego a pensar que eu exijo tanto dos outros para eu poder exigir ainda mais de mim. Não sou perfeccionista. Sou muito realista. E nesta minha realidade, tenho a noção de que o que eu procuro, simplesmente nunca existiu e como todas as histórias de fadas e duendes, vem do imaginário.

Mas com todas essas realidades e talvez receios. Não altero o que eu sou e tudo o que eu sou mantêm-se no meu ‘’eu’’ mais profundo.

Sei o que eu valho, felizmente, ou talvez infelizmente, o termo de comparação entre mim e muita gente faz-me realizar a quão valiosa eu sou, mas quanto desprezo as pessoas dão a uma pessoa humana.

Materialistas, calculistas, esquemáticos, pobres de espírito, imagens sem alma, corpos sem mente, interesseiros, ignorantes, incultos, mal-educados, fachadas, cifrões, e notas com cheiros a perfumes de grandes marcas mas já fora de prazo. Derradeiras ilusões de pessoas sem um conteúdo sentimentalmente humano e vivido e com vontade de viver a vida…

E o pão nosso de cada dia na mesa desta vida. E as pessoas esquecem-se simplesmente daquilo que realmente importa. Esquecem-se da parte humana, daquela do coração, da emoção que caracteriza a vida. Pensam apenas em coisas insignificantes, coisas que nunca deixaram marcas positivas em ninguém.

Como mulher, prevaleço muita coisa que a meu ver no ponto de vista humano é importante, coisas que completam e essenciais.

Mas quantas pessoas pensaram no valor que uma mulher tem pelo simples facto de poder dar a luz, e as mulheres que nao o podem... tem na mesma as virtudes femininas e os intuitos delicados que uma mulher-mãe tem. Quem realmente pensa nisso no sentido próprio da palavra?!

Uma mulher carrega no seu ventre uma semente e acaba por dar a luz uma nova vida para este mundo, uma vida que irá crescer, aprender, viver, partilhar. Quantos homens esquecem-se que devem o respeito a uma mulher por ela ser quem carrega o fardo e prazer ao mesmo tempo para que a vida possa continuar a fluir.

Uma mulher é doçura, amansa e afeiçoa. Uma mulher é ternura, é loucura, é paixão, é um corpo lindo e uma mente calma. Uma mulher é uma caixinha de surpresas.Uma mulher é emoçao e explosão. E vivacidade e tenacidade. E fortaleza e império.

Uma mulher tem de fazer carreira no que quer, no que a realiza, para poder ser feliz também. Ser independente mas não demais. Ser dependente mas não demais também.

Uma coisa nunca entendi, os homens sempre dizem que as mulheres são umas constantes insatisfeitas mas eu vim a constatar até ao dia de hoje que são os homens quem nunca estão contentes com o que ‘’ tem’’ ou pensam ter. Melhor dizendo.

Um homem quando tem uma mulher dependente, deseja que ela seja independente. Mas quando tem uma mulher independente deseja que ela seja mais dependente.

Acabo por acreditar que os homens sofrem de um grande complexo de inferioridade. Mas protegem-se atrás do estatuto de macho e disfarçam a parte humana neles.

Tenhamos como exemplo, os leões:

As leoas partem a caça. Porque o macho quer. Logo elas são independentes sob ordem do macho. Mas se elas fogem para longe. O macho já não quer. Logo deixam de ser assim independentes.

Os machos deitam-se e montam as fêmeas. Elas caçam, parem e ainda ensinam os pequenos a caçar. O macho luta contra outro macho. Apenas para guardar o harém de fêmeas e guardar seu território.

Ora o homem, quando tem uma mulher mas teve anteriormente umas duas ou três ou até mais mulheres. Não gosta que ninguém meta o nariz onde ele já meteu o dele. Luta, abate os rivais e volta para um sono profundo mas vigilante. O leão nunca se contenta com apenas uma, tem de ter várias no caso de uma não se saber desenrascar bem sozinha. Ora o homem é igual. Não gosta de solidão nem da ideia de ficar de ‘’patas’’ a abanar.

O subtil complexo de inferioridade e menor temor de homem que é ; um dia acabar sozinho. E para que tal nao aconteça. Fia-se na carteira, se nao tem carteira, fia-se no ''entrefolho'' e se o entrefolho nao ´funciona e conquista pelo melhor, fia-se então no palavreado. Nao digo que todos são iguais... mas muitos que conheço assim o são.

Mas uma coisa não entendo. Quando um homem tem tudo de uma mulher, o que vai ele buscar ainda, noutra… que ao fim ao cabo só lhe irá trazer e causar infelicidade e frustração, pois tudo o que é demais, enjoa e tudo o que é bom demais, é sol de pouca dura. Duas mulheres equival a dores de cabeça a dobrar, nao ? ahahah.

Não há marés sem marinheiros. Nem fumo sem fogo como eu tenho por habito dizer. E se na cabeça das mulheres tudo tem uma explicação lógica menos no amor, na cabeça dos homens nada é lógico a não ser o amor. Só algo que tem explicação é que é realmente superável com facilidade.

Ao sabermos as razoes e lógica das coisas, facilmente encontra um meio reversível para ultrapassar o facto.

Mas quando algo é inédito e sem explicação, é muito mais difícil superar pois não sabemos por onde começar nem como fazer e qual é a raiz a cortar desse facto.

Uma coisa eu sei, ninguem morre de amores. Mas morre-se de desgosto.

Mas mais vale amar e sentir a dor genuinamente. Do que nunca ter amado e pretender uma dor imaginária...


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